21 de out. de 2007

OS MOTIVOS PARA NÃO SE PEDALAR NA CONTRAMÃO

Nas minhas pesquisas na "net", acabei entrando no rodas da paz, um site excelente, com artigos muito úteis sobre legislação e a bike na sociedade. o texto abaixo foi publicado por Leandro Salim Kramp no dia 22 de maio de 2007, na seção "blog do rodas":

Os motivos para não se pedalar na contramão podem ser sintetizados em 3: 1) O Código Nacional de Trânsito reconhece a bicicleta como veículo, igualando-a a carros, caminhões e motos no direito de usar as ruas. E como os demais veículos, o Código estabelece que a bicicleta deve andar no fluxo do trânsito, ou seja, na mão. Pode parecer coisa de burocrata que nunca andou de bicicleta, mas é a lei que temos e devemos respeitá-la para poder exigir respeito dos outros veículos. Exigir, por exemplo, que os motoristas ultrapassem com distância mínima de 1,5 metros, ou que tenhamos, nas vias, as mesmas preferências dos demais veículos. Temos direitos e deveres. 2) O segundo motivo decorre de estudos já comprovados: andar na contramão dá somente uma falsa sensação de segurança e controle do tráfego. Isto está diretamente relacionado com a velocidade do carro. Infelizmente, você nunca terá tempo suficiente de reação se um carro vier para seu lado em fração de segundos, a mais de 60km/h. Abaixo desta velocidade, por outro lado, se houver uma colisão frontal entre carro e bicicleta, haverá somatório das duas velocidades (pelas leis da Física) o que será muito pior para o ciclista. Nas vias onde os carros andam a 50km/h ou menos, se o carro pegar o ciclista por trás, as chances de sobrevivência são maiores do que se houver uma colisão frontal. Então, em pistas de baixa velocidade é mais seguro para o ciclista pedalar na mão. Repetimos que, em pistas onde os carros trafegam a 60km/h ou mais, esta conta não faz sentido, pois qualquer tipo de colisão (frontal ou por trás) será sempre fatal para o ciclista, que nunca terá tempo suficiente para reagir e "fugir" de um acidente. Então, se não há razão de segurança para se andar na contramão, prevalece a questão do respeito à lei. 3) Mas só o respeito à lei não é tudo. Mais importante, é que você tem que pedalar sabendo que há outros atores em sua volta. Quando anda de bicicleta pela rua, você encontra motoristas, pedestres, outros ciclistas, carroceiros, etc. Ou seja, você não pedala sozinho nas ruas. Por isto, deve haver regras mínimas de boa convivência, pois só assim teremos paz e respeito no trânsito. Este é o terceiro motivo: pedalar é um ato feito em sociedade. Ao andar na contramão, o motorista vê você como um "infrator", e isto geralmente causa irritação. Em alguns motoristas, causa até "vontade de punir", e eles buzinam, e jogam o carro em cima.... Dependendo do local e situação, pode causar também sustos e até acidentes, pois o motorista nunca espera que algo venha contra o fluxo do trânsito. Imagine, por exemplo, um carro saindo das vias internas do Lago Norte, com intenção de pegar a pista principal indo para o Plano Piloto. O motorista vai estar atento para o fluxo de veículos que vem da sua esquerda, no sentido para a Ponte do Bragueto. Se você vem na contramão, de bicicleta, e cruzar na frente do carro que está parado tentando entrar na via principal, pode ser colhido pelo motorista que NÃO vai olhar no sentido contrário, da direita. Lembre-se, também, que há pistas sem acostamento, ou com acostamento estreito. Nestas pistas, um ciclista que anda na mão pode encontrar outro ciclista vindo na contramão. Qual dos dois deve desviar e ir para o meio da pista? Ou seja, andar na contramão apenas te dá uma falsa sensação de segurança, ao mesmo tempo que te coloca como veículo "infrator" das leis, o que irrita os motoristas, fazendo com que os ciclistas, em geral, sejam mal vistos no trânsito, e por isto mesmo desrespeitados. Por outro lado, talvez seja "fácil" andar na contramão quando não há outras bicicletas no local. Mas se pela via transitam outros ciclistas, devemos pensar também na segurança de todos em conjunto. Como nossa intenção é que a cidade fique repleta de bicicletas pelas ruas, achamos que o ideal é ter regras mínimas de convivência, inclusive para segurança dos próprios ciclistas. Não andar na contramão é uma destas regras, pois é uma forma de auto-regulação do fluxo nos caminhos disponíveis para todos. Dizemos sempre que um trânsito melhor se faz com prudência, bom senso e respeito ao próximo: o ciclista respeita os pedestres, os outros ciclistas e os motoristas; e todos eles respeitam o ciclista. Esperamos ter colaborado de alguma forma para esclarecer uma dúvida de muitos. Saudações, Denir Rodas da Paz

2 comentários:

  1. Anônimo12:05 AM

    Desculpe, o argumento da soma das velocidades contrárias como fator de gravidade do acidente não parece ser válido, desde que:

    Direct rear impacts with cyclists are a more prominent collision type in arterial/rural road type situations. When they occur in such circumstances they are also associated with significantly increased risk of fatality.

    Os acidentes pegando o ciclista por trás parecem ter maior taxa de mortalidade, e não o contrário.

    Também creio que o ciclista cargueiro tem o direito a um percurso que lhe minimize o esforço, e não seja obrigado a usar o percurso da máquina e do motor.

    O ideal seria as autoridades de trânsito estudarem a situação do ciclista e providenciar sinalização adequada, como previsto na lei. Mas a gente sabe que, no fundo, elas mais estimulam o aumento da velocidade e da violência.

    Se for para obedecer estritamente à lei, o ciclista não pode trafegar por vias onde não consiga manter pelo menos a metade da velocidade máxima da via (aqui deixando de fora estradas com acostamento).

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  2. ok, luis, muito boa sua observação! o mais importante é levar ao debate esses assuntos que nos dizem respeito. obrigado pela visita!
    cordialmente,
    celso ribas(M.HILL)

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