9 de nov. de 2007

O Brasil é mesmo um país de contrastes.Há muitas bicicletas, mas bem poucas ciclovias.




São 60 milhões de bicicleta, isso é o dobro do número de carros. Número que também representa 1 bicicleta para cada 3 brazucas. Esses números que falam estão lá no sitio do Ministério das Cidades do Executivo do Lula.

Pense bem. Os números falam, diria Beremiz, o homem que calculava. Uma bicicleta a cada três pessoas. São bons os números sem dúvida. E deveriam nos ser favoráveis. Mas não são.

Para isso tudo, ou seja, para 60.000.000 de bicicletas há 2.500km. Isso mesmo. É estamos diante de mais um contraste social, ou alguém refutaria o fato é desenvolvido o país em que o transporte diário das pessoas é feito majoritariamente em bicicletas.

Houve, como também em outras áreas, desenvolvimento... mas 600km de ciclovias em 3 anos é muito pouco convenhamos. Como exemplo claro a Holanda com 34.000km de ciclovias e com uma população do tamanho do nosso Estado.

Segundo o MC, houve aumento também nas cidades que adotam ciclovias exclusivas ou as ciclo-faixas. O Rio ganha das demais cidades, inclusive da Capital Ecológica, com 140km. Pouco também para a cidade maravilhosa.

O Ministério das Cidades bem demonstra que nada sabe sobre a realidade do país. Em entrevista a Folha, Renato Boareto disse que o povo brasileiro não tem o hábito de ir ao trabalho de bicicleta. Baléla. Coisa de burguês que não olha para fora do carro, fechado com ar condicionado. É tão mais um burocrata no posto.


Basta uma ida, por exemplo, ao interior de Santa Catarina, ali na região da indústria têxtil e reparar nos bicicletários das fábricas... cheinho!

No nordeste há a forte (ou havia) concorrência do jegue. Justo. O animalzinho é guerreiro.
Mas agora quem manda é a bizz da honda... mas ainda sim certamente o verdadeiro povo brasileiro utiliza (sim) sua magrela para ida ao trabalho... e também a outros lugares, como 'curtas' viagens. Aqui no Paraná há um alto indice de pessoas que usam da velha barra-forte para descer a serra do mar no sabado cedo e retornar no domingo... subindo a serra. Gente simples que trabalha em Curitiba e vai de bicicleta a Paranaguá visitar parentes.

Enfim. Mas há idéias que devem ser implementadas comobicletários (confiáveis, claro) integrados com terminais de ônibus e metrô, por exemplo.

No Mato Grosso, Estado com longas distancias entre as localidades, a evasão escolar foi reduzida sensivelmente com a distribuição de bicicletas. Os alunos, que levavam quase duas horas para ir e duas para voltar da escola passaram a fazer o percurso em 20 ou 30 minutos de bicleta.
Caminhar 4 horas para ir e voltar da escola todos os dias, com chuva inclusive, justificava o alto indice de falta às aulas dos alunos da região... Com a distribuição da magrelas a coisa mudou. Simples assim. E no futuro, essas crianças terão uma linda história para contar afinal de bicicleta é muito mais rápido, gostoso, bacana e divertido!
Solução simples. Sem megalomaníacos. Sem burocratas. E uma sociedade justa e SEM contrastes sociais.

Queremos ciclovias e ciclo-faixas, JÁ!

keep riding your bike.

CLUBEDECICLISMODEMONTANHA
JACUSDEDUASRODAS
ilustração com traços de guilherme caldas, da candyland arts and comics

Um comentário:

  1. Anônimo9:31 PM

    excelente! um primor de texto, mostrando um painel interessantíssimo sobre o povo brasileiro e sua relação com a bike! parabéns, doc!!
    M.HL.

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