11 de set. de 2013

CURITIBA TERÁ MAIS 300KM DE VIAS CICLÁVEIS E INVESTIMENTO DE R$90 MILHÕES PARA CONSOLIDAR NOVO MODAL




A Prefeitura de Curitiba vai investir até 2016 mais de R$ 90 milhões na implantação do novo Plano Diretor Cicloviário. O plano, anunciado nesta sexta-feira (6) pelo prefeito Gustavo Fruet, prevê a implantação de 300 quilômetros de vias cicláveis na cidade – mais do que o dobro da malha cicloviária atual, que é de 127 quilômetros –, a instalação de bicicletários junto aos terminais de ônibus (para integrar os dois modais) e uma série de outras medidas que, juntas, efetivam a bicicleta como um modal de transporte em Curitiba (ver detalhes abaixo).
“Estamos dando um importante passo na consolidação da bicicleta como modal de transporte, levando as vias cicláveis não somente às áreas mais centrais, mas também em direção à região sul do município, onde muitos trabalhadores utilizam a bicicleta como meio de transporte diário”, disse Fruet, que deixou o Ippuc, após o anúncio do plano, em sua bicicleta.
Elaborado pelo Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), o Plano Diretor Cicloviário de Curitiba será um marco de humanização dos espaços públicos, atendendo aos anseios de parte da população que tem na bicicleta um meio de locomoção para o trabalho, estudo e lazer ou prática desportiva. “O plano também vai colaborar para a melhoria das vias e calçadas de Curitiba, pois não é possível implantar infraestrutura cicloviária sem melhorar ou corrigir erros da infraestrutura viária existente”, destacou o presidente do Ippuc, Sérgio Póvoa Pires.
Dos 300 quilômetros de vias cicláveis a serem implantados, 90 quilômetros são ciclorotas (vias de tráfego comum e de baixo movimento, em que veículos motorizados e bicicletas compartilham o mesmo espaço, com preferência para os ciclistas): 80 quilômetros são vias calmas (nas quais a velocidade máxima para veículos motorizados será reduzida e os ciclistas circularão em áreas demarcadas) e 130 quilômetros, outros tipos, como ciclovias, ciclofaixas e passeios compartilhados entre pedestres e ciclistas.
Parceria
Durante o evento foi assinado um acordo que formaliza a parceria entre o Ippuc e a CicloIguaçu – Associação de Ciclistas do Alto Iguaçu, estabelecendo um novo tipo de relacionamento entre o poder público e a sociedade civil organizada. Dessa maneira, a Prefeitura consegue se aproximar, com mais rapidez e precisão, da realidade enfrentada pelos ciclistas em seu dia a dia.
“A bicicleta traz silêncio para a cidade, humaniza os espaços, reduz a poluição e é um elemento pacificador do trânsito. Eu estou muito emocionado com esse momento, pois é a primeira vez que o movimento cicloativista tem voz e espaço junto à administração pública”, disse Jorge Brand, o Goura, que preside a CicloIguaçu.
Dedicada ao cicloativismo, a associação tem colaborado com o Ippuc na identificação de problemas e na busca por alternativas para a questão cicloviária em Curitiba, além de auxiliar em situações pontuais. No mês de agosto, a CicloIguaçu colaborou ativamente na realização de uma pesquisa por amostragem que buscou identificar o perfil dos ciclistas que trafegam pela Avenida Sete de Setembro, no centro da cidade.
Também em parceria com o Ippuc, a CicloIguaçu lançou a campanha intitulada “Ciclorota – Qual é a sua?”. Realizada pela Internet, entre os dia 28 de agosto e 8 de setembro, a consulta tem o objetivo de levantar quais são os locais em que os ciclistas de Curitiba gostariam de ver implantadas ciclorotas. As três sugestões mais votadas deverão ser objeto de estudo e projeto por parte do IPPUC para, posteriormente, serem implantadas. A CicloIguaçu é uma Organização Não Governamental que congrega mais de 300 cicloativistas e conta com milhares de seguidores nas redes sociais.
Primeiras iniciativas do Plano Diretor Cicloviário
Via Calma da Avenida Sete de Setembro
A primeira Via Calma de Curitiba será instalada na Avenida Sete de Setembro, entre a Rua Mariano Torres e a Praça do Japão, na região central da cidade. Com uma extensão de 6,3 km, a Via Calma da Avenida Sete de Setembro tem o propósito de tornar o trânsito mais humanizado, priorizar o ciclista e proteger o pedestre, harmonizando e facilitando o deslocamento intermodal.
Os ciclistas passarão a transitar exclusivamente pelo lado direito da via, sobre área demarcada em linha tracejada. A velocidade máxima permitida para carros e motos é de 30 km/hora. Para tanto, além de ampla sinalização horizontal e vertical, haverá a instalação, a cada 60 metros, aproximadamente, de amplas lombadas que obrigam os veículos automotores a reduzir a velocidade. Os ônibus permanecem circulando nas canaletas exclusivas. Com orçamento atualizado, o custo da obra está estimado em R$ 1.518.300,00. A implantação da Via Calma está prevista para 2014.
Veja o projeto da via calma Aqui
E a planta do projeto Aqui
Microrede Cicloviária da CIC
Com o objetivo de atender os trabalhadores e moradores da Cidade Industrial de Curitiba, está sendo elaborada a Microrede Cicloviária da CIC. O projeto irá conectar áreas dos bairros Fazendinha e CIC fazendo a ligação cicloviária entre a Rua João Bettega, a Avenida Juscelino Kubitschek de Oliveira e o futuro Terminal CIC Sul.O projeto será detalhado ao longo dos meses de setembro e outubro. A Microrede Cicloviária da CIC terá 19,5 km de extensão, sendo 15 km de vias estruturantes e 4,5 km de ciclorotas. Parte da Microrede deverá ser implantada ainda em 2013
Veja o projeto Aqui
Via Ciclável na Avenida Manoel Ribas
A Avenida Manoel Ribas vai passar por um completo processo de requalificação num trecho de aproximadamente 2,65 km, entre o Cemitério de Santa Felicidade e o Contorno Norte. As obras são uma antiga reivindicação da comunidade. No entanto, o projeto teve de ser refeito integralmente pela atual administração, pois o anterior não contemplava vias cicláveis.Com as mudanças efetuadas, a Avenida Manoel Ribas vai receber 5,5 km de estrutura cicloviária, de sentido único, repartidos entre os dois lados da via. O custo total da obra, incluindo estrutura viária, calçadas e estrutura cicloviária, está orçado em R$ 10 milhões. As obras têm previsão de início para o segundo semestre de 2014.
Circuito Interparques
O Circuito Interparques vai conectar os parques Barigui e Tingui, a Universidade Livre do Meio Ambiente, o Parque Tanguá, a Ópera de Arame, o Parque São Lourenço, o Bosque João Paulo II (Bosque do Papa), o Parque da Barreirinha e o Jardim Botânico. Além disso, será realizada uma conexão especial entre o Zoológico Municipal de Curitiba e a Linha Verde que, por sua vez, vai até o Jardim Botânico.
Esses parques estão entre os mais movimentados de Curitiba e são muito procurados por ciclistas, corredores, caminhantes e turistas. A sugestão desse circuito foi dada pelo maratonista Marcelo Alves, o único brasileiro que participou de provas na Antártida (novembro de 2012) e no Polo Norte (abril de 2013). O Circuito Interparques possui extensão total de 47 km. A maior parte já está implantada, restando a realização de obras numa extensão de apenas 5,5 km para efetuar a ligação entre 10 importantes áreas verdes de Curitiba.
Veja projeto Interparques Aqui
Vias Cicláveis em Implantação em 2013
Desde janeiro de 2013, estão em fase de implantação algumas vias cicláveis em Curitiba. Na Avenida Marechal Floriano Peixoto a infraestrutura é de 3.84 km. Na Linha Verde Sul/Sul, as vias cicláveis alcançam 1.76 km. Já na Avenida Comendador Franco, o trecho cicloviário implantado em 2013 é de 9.91 km. No entanto, essa avenida deverá receber, até maio de 2014, 19,2 km de ciclovias.
Instalação de Paraciclos
Os paraciclos são estruturas metálicas utilizadas para o estacionamento de bicicletas. De imediato, deverão ser instalados 25 conjuntos de paraciclos em Curitiba. Alguns deles serão colocados em parques e praças, sobre áreas de calçamento. Outros deverão ser instalados junto às vias de tráfego, a 45º, para garantir a segurança dos ciclistas e de suas bicicletas. Já estão assegurados R$ 120 mil para a instalação dos 25 conjuntos de paraciclos ainda em 2013.
Veja a localização dos paraciclos Aqui
Parque de Bolso do Ciclista
A Prefeitura Municipal de Curitiba vai instalar o Parque de Bolso do Ciclista, que, como o bem humorado nome indica, é uma pequena área localizada na esquina das ruas São Francisco e Presidente Faria, no centro de Curitiba. O objetivo é garantir o encontro de ciclistas num local da cidade que é emblemático para o movimento cicloativista.
Bicicletários
Os bicicletários são locais segregados de estacionamento de bicicletas, nos quais os veículos não motorizados ficam protegidos. Serão instalados junto aos terminais de ônibus da cidade, com o propósito de assegurar o caráter multimodal da mobilidade em Curitiba. Quase todos os bicicletários terão vagas para acomodar entre 40 e 60 bicicletas. Está em estudo de viabilidade técnica a instalação de um grande bicicletário na área central da cidade com capacidade para receber 1.500 bicicletas. O custo total estimado para a instalação dos bicicletários é de R$ 5,8 milhões.
Veja mapa do Plano Diretor Cicloviário Aqui


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